Muçulmanos são mais fiéis que membros de outras religiões, aponta
pesquisa
Os muçulmanos são mais propensos que cristãos e hindus a afirmar que sua fé é
o único caminho verdadeiro para céu. Também estão mais inclinados a dizer que
sua religião é parte essencial de suas vidas diárias. Além disso, os seguidores
do Islã têm uma tendência muito maior a ligar sua religião à motivação para
fazerem boas ações.Esta é a conclusão de uma recente enquete global, divulgada pela Ipsos-Mori, empresa de pesquisa britânica que faz pesquisas mensais em 24 países. Três dessas nações são de maioria muçulmana: Turquia, Indonésia e Arábia Saudita. Entre os outros países estão Índia, Estados Unidos, México e Coréia do Sul.
O Islã é a segunda maior religião do mundo. O cristianismo ainda lidera e o hinduísmo fica em terceiro lugar. Com cerca de 1,5 bilhão de seguidores, a influência do Islã pode estar crescendo mais rápido que o seu número de fiéis. Um bom exemplo disso é a queda de ditadores em vários países durante a chamada “primavera árabe”, que abriu caminho para partidos políticos com inspiração religiosa.
Mas nem todos os especialistas concordam sobre os motivos pelos quais os muçulmanos parecem ser mais fiéis aos preceitos de sua fé que os membros das outras religiões. Existem visões contrastantes sobre esse compromisso ser baseado mais em um medo profundo ou apenas fé.
Azyumardi Azra, um especialista em islamismo da Indonésia, país com a maior população muçulmana do mundo, tem uma teoria. Ele acredita que muitos muçulmanos se fortalecem cada vez mais ao verem o que ocorre no Ocidente cristão.
Azra, que é diretor da escola de pós-graduação da Universidade do Estado islâmico, em Jacarta, capital da Indonésia, acrescenta: “Quando se confrontam com um Ocidente que eles acreditam, erroneamente, estiverem em um declínio moral, muitos muçulmanos sentem que o Islã é a melhor opção de vida, e mais, é a sua única salvação… Infelizmente, esse apego crescente à religião tem sido usado e abusado por lideres extremistas e jihadistas para alcançar seus próprios objetivos”.
Outros especialistas acreditam que o compromisso religioso profundo não os leva, necessariamente, à violência. “Ser mais religioso não significa que todos eles se tornarão homens-bomba”, diz Ed Husain, que já foi um islamista radical, mas hoje é o especialista em Oriente Médio do Conselho de Relações Exteriores, em Nova York.
Na verdade, Husain argumenta que educação religiosa “poderia ser um antídoto” para o radicalismo. As pessoas mais suscetíveis a se tornarem radicais são “as que foram criadas sem uma educação religiosa e se converteram ao Islã depois”, acredita ele
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