Um grupo de descrentes cuidará dos animais de estimação de quem for levado aos céus no Grande Dia
Eles não acreditam no arrebatamento da Igreja, mas se colocaram à disposição de donos de animais de estimação para que, quando eles forem morar no céu com Jesus Cristo, seus animais não fiquem jogados pelas ruas.
A ideia partiu de Bart Centre que fundou em 2009 o Eternal Earth-Bound Pets [Centro para animais condenados a ficar na terra]. Ateu, ele garante que quando (e se) o arrebatamento ocorrer, ele ou um de seus 44 colaboradores em 26 Estados recolherão em até 24 horas qualquer cachorro, gato, pássaro, coelho ou mamífero pequeno e cuidarão deles. Serviços para cavalos e animais de grande porte só estão disponíveis em alguns Estados americanos.
O contrato vale por 10 anos custa US$ 135 e mais US $ 20 por animal adicional. O pagamento deve ser adiantado, é claro. ”Até agora já temos mais de 250 clientes”, disse Centre, 62 anos, que já está aposentado e hoje se dedica a escrever livros antirreligião.
O idealizador do “Eternal” seleciona cuidadosamente as pessoas que vão trabalhar em sua empresa. Os socorristas precisam gostar de animais, mas não podem gostar de Jesus. Por razões óbvias, somente ateus são contratados. ”Não posso arriscar a empregar pessoas que poderão ser arrebatadas a qualquer momento”, ironiza.
Após uma análise do currículo, cada socorrista deve provar sua falta de fé ao blasfemar contra o Espírito Santo, pois segundo o texto de Marcos 3:29, tal pessoa nunca poderá ser salva.
Bart disse que muitas pessoas o tem procurado para oferecer seus serviços. Existem cerca de 8.000 cadastrados esperando ser chamados.
Rebatendo às críticas dos que afirmam que ele está enganando os cristãos para tomar dinheiro deles, Centre diz: ”Quem está usando falsos pretextos? Não inventei esse negócio de arrebatamento. Se tivesse inventado para depois fazer as pessoas aceitarem os meus serviços, podiam me chamar de enganador… São os religiosos que ficam falando sobre isso. Garanto que posso evitar que os animais morram de fome e tenho uma estrutura montada para cuidar deles. Não estou me aproveitando de ninguém, apenas satisfazendo uma demanda”, encerra.
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