Com cerca de uma hora e cinquenta minutos de atraso, o
deputado federal e pastor Marco Feliciano(PSC-SP) chegou à Igreja Batista do
Avivamento Profético, no bairro da Ribeira, na Cidade Baixa, em Salvador, na
noite desta quinta-feira, 4, para realizar uma pregação, como convidado no 20º
Congresso do Poder do Impacto do Espírito Santo. Protegido por seguranças, o
deputado entrou rapidamente por um portão localizado na lateral do templo e
evitou a imprensa. Ao final, ele deixou o local da mesma forma, com o rosto
escondido pelo paletó.
Feliciano não chegou a ver cenas de protestos
protagonizadas, à frente do prédio, por um pequeno grupo ligado ao Grupo Gay da
Bahia (GGB). Com cartazes, o grupo acusava o parlamentar de homofobia e
racismo.
O parlamentar ficou na igreja por cerca de uma hora, falando
como se recitasse. Em meio à pregação fez referências sobre as pressões que vem
sofrendo para renunciar à presidência da Comissão de Direitos Humanos da
Câmara. Lembrou que, questionado por uma jornalista em Brasília sobre como
estaria suportando esses momentos "difíceis", teria respondido:
"Minha filha, sou um homem que não sabe bater, mas que aguenta
apanhar".
O deputado também criticou repórteres pela entrevista com a
mãe dele, no interior de São Paulo, sobre o seu passado. Nesta semana, em
entrevista à Folha de S.Paulo, o pastor afirmou que a mãe teve uma clínica de
aborto. "Minha mãe é uma mulher de quem me orgulho muito. Foi pobre,
sofreu, muito, foi mãe solteira, mas superou tudo. Existem seres humanos
cruéis, que não respeitam ninguém. Ela é mulher de 70 anos, mas ainda assim
foram procurá-la", criticou, acrescentando que tem sofrido muito
preconceito, até contra o seu cabelo. "Deixem falar, deixem criticar, logo
seremos exaltados, aqueles que debocham verão a nossa vitória", afirmou.
Feliciano foi muito aplaudido.
O deputado deixou o palco com a mesma rapidez com que
entrou. Ele deixou a igreja, protegido por um cordão formado por seguranças e
policiais militares.
Fonte: estadao