Preocupada com o declínio no número de fiéis, igreja romana faz campanha para “crescer e multiplicar”
Preocupada com o crescimento populacional de seu país, com mais de 1.2 bilhão de habitantes, políticos da Índia querem estabelecer uma política de controle de natalidade. A proposta de lei Kerala Women’s Code Bill foi entregue recentemente a Oommen Chandy, ministro-presidente de Keral, importante estado no sul da Índia.
A lei foi preparada por uma comissão governamental dirigida por Vaidyanathapura Rama Krishna Iyer, ex-juiz do Tribunal Supremo de Nova Delhi e que pretende limitar o número de filhos que as famílias podem ter em no máximo dois.A Commission on Rights and Welfare of Women and Children, criado em 2010, propõe, por exemplo, multar em 10.000 rúpias (500 reais) ou pena de três meses de prisão o pai da família que tiver um terceiro filho. As famílias com mais de dois filhos seriam excluídas de certos benefícios ou serviços sociais e seriam consideradas, “pessoas não qualificadas legalmente” .
A futura lei sugere mais facilidades para o acesso aos anticoncepcionais e ao aborto gratuito e prevê incentivos financeiros para os casais que decidirem adiar o matrimônio e o nascimento do primeiro filho. Essa iniciativa tem como alvo principal as religiões, cujos líderes não poderão incentivar os nascimentos. “Nenhuma pessoa utilizará a religião, seita, casta, culto ou outros incentivos para ter mais filhos”, dizem as recomendações da Comissão
Mas a Igreja Católica, que é forte no sul do país, criticou a iniciativa e decidiu contra-atacar. Para o padre Stephen Alathara, porta-voz da Conferência Episcopal de Kerala, a proposta tenta “minar os valores da família e dividir a sociedade, além de ser “antidemocrática e violar os direitos dos progenitores”.
A Igreja católica passou então a oferecer uma série de iniciativas de apoio aos nascimentos e às famílias com mais de dois filhos, como mensalidades escolares reduzidas para o terceiro filho e educação gratuita a partir do quarto (a Igreja gerencia um quarto das 14.000 escolas de Kerala). Em agosto, deu início a um novo programa que prevê, a entrega de 10.000 rúpias como bonificação para cada quinto filho/a que nasce em uma família.
Agora, há uma verdadeira batalha política e religiosa com o governo local ”Nosso objetivo principal é difundir a mensagem da vida e de que uma família grande é uma família feliz”, disse Sabu Jose Chekkontheyil
A Igreja Católica não menciona, mas é de conhecimento público que, últimas décadas, a porcentagem de cristãos em Kerala tem sofrido uma diminuição lenta mas contínua.
Segundo o censo, em 1991, os cristãos eram 19,5% da população. Em 2001, caiu para 19%. Hoje, segundo estimativas, são apenas 17%.
“Numa situação como esta, a Igreja não pode se tornar um espectador silencioso”, disse o bispo ao National Catholic Register. “Quando houver só duas crianças por família, o número de vocações cairá com certeza”, declarou, lembrando que, com uma média de sacerdote ou religiosa para cada 60 católicos, Kerala é um autêntico “jardim vocacional” católico na Índia.
A comunidade cristã teme o crescimento demográfico da minoria muçulmana de Kerala. A taxa de fecundidade entre os muçulmanos é de 2,97 filhos por mulher, contra 1,66 das mulheres hinduístas e 1,78 das cristãs. Hoje, os cristãos representam menos de 3% da população da Índia.
Fonte: Gospel Prime
Com informações NY Daily News
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