A difusão do funk no meio gospel, como um estilo de música
para embalar letras de adoração ou evangelismo, tem atraído a atenção da mídia
e revelado personagens do segmento que ascendem através do ritmo.
Associado aos bailes nos morros e às letras que
majoritariamente, falam de sexo e do cotidiano na favela, o funk carioca, ou
pancadão – como é conhecido em diversas regiões do Brasil, vem se tornando
presente no meio gospel.
A Revista de História publicou matéria com personagens que,
quando passam a fazer parte de uma igreja, não abandonam o funk como profissão,
mas tornam-se funkeiros gospel.
Entre os exemplos citados pela reportagem, está o Culto dos
Funkeiros, mantido pelo Projeto Vida Nova de Irajá, do apóstolo Ezequiel
Teixeira. O evento conta com a participação de LC Satrianny, Adriano Gospel
Funk, Tonzão, Rodrigo Maneiro, Dj Marcelo Araújo, entre outros.
LC, que significa Levita de Cristo, substituiu MC (Mestre de
Cerimnônias) do ex-integrante da equipe Furacão 2000, maior produtora de bailes
funk do Rio de Janeiro. “O Espírito Santo trata com cada um de uma maneira.
Comigo, foi assim: eu aceitei Jesus após passar por problemas seríssimos de
ordem financeira, emocional. Tudo o que eu tinha acabou. Eu só queria ter um
trabalho, formar uma família. Mas Ele tinha outros planos para mim, depois de
um ano na igreja, veio a oportunidade de voltar a cantar funk”, revela o membro
da Igreja Assembleia de Deus Vida Plena, em Bonsucesso.
Segundo Satrianny, o estereótipo é algo que não importa para
Deus, e a transformação na vida de quem vai a eventos como o Culto dos
Funkeiros é o que deve ser ressaltado: “Muitas vezes os jovens acham que para
se converter, têm que ficar de terno. Se for para ficar de terno, vai ficar,
mas pode usar um boné, tênis da moda, usa cordãozinho, tudo normal. Porque isso
aí é mais para a sociedade ver. Quando Deus olha para nós, não está preocupado
com isso. Eu costumo dizer que você pode se modernizar sem se mundanizar”, diz,
convicto.
A opinião do funkeiro é partilhada por Marconi Oliveira,
líder da Juventude do Projeto Vida Nova de Irajá: “Nossa missão é resgatar
vidas que não conhecem Jesus e trazê-las para esse caminho. Porque falamos isso
de experiências próprias. Muitos de nós vivíamos nessa condição, de uma falsa
felicidade. Curtimos funk, pagode, mas quando a gente chegava em casa, o vazio
voltava. E temos a oportunidade de conhecer esse Jesus maravilhoso. Que nos
consola, nos dá esperança e a vida acaba melhorando”.
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