Durante sua participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, o médico cancerologista Drauzio Varella chamou os líderes religiosos de autoritários por interferirem em questões importantes na sociedade como planejamento familiar e saúde.
O programa foi ao ar na segunda-feira, dia 25, e o médico citou o caso dos prefeitos das pequenas cidades que não distribuem camisinhas diretamente à população carente por temer desagradar “ao padre”.
Sobre o assunto ele alertou que as camisinhas distribuídas pelo governo federal nos postos de saúde são retiradas mais por pessoas que correm menos risco de contrair o vírus da Aids, como as mulheres casadas.
Enquanto que as jovens de periferia têm vergonha de pegar preservativos nos postos de saúde. Para ele, o poder público deveria levar o preservativo até elas, mas a pressão dos religiosos contra essa tipo de iniciativa de prevenção é muito forte.
A consequência disso, de acordo com Varella, é uma epidemia de gravidezes precoces, condenando as jovens à pobreza porque, para cuidar dos filhos, elas acabam abandonando o estudo e muitas vezes recorrendo ao tráfico de drogas para sobreviver.
Questionado se ele aceitaria ser Ministro da Saúde, o médico respondeu que não, mas em uma situação hipotética, Varella disse que daria prioridade ao planejamento familiar. Disse que o Brasil em 1970 tinha 90 milhões de habitantes e hoje mais de 190 milhões, o que é um crescimento populacional que dificulta a adoção de uma política de bem-estar social.
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