O deputado afirma que a ação dos deputados cristãos fere a dignidade humana
A briga entre parlamentares cristãos e os que defendem os direitos dos homossexuais está cada vez mais aflorada em Brasília principalmente depois que a bancada evangélica conseguiu fazer com que a Governo suspendesse os kits anti-homofobia que seriam distribuídos nas escolas públicas.
O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), defensor do grupo LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) do qual faz parte, afirmou que pode acionar as cortes internacionais, baseando-se em tratados de direitos humanos dos quais o Brasil é signatário, como resposta à perseguição sofrida pelos homossexuais por parte de fundamentalistas religiosos.A intenção do parlamentar é fazer com que esses órgãos internacionais pressionem o governo federal para que tome meditas contra os chamados fundamentalistas.
A declaração foi dada durante sua participação no primeiro seminário sobre Direito Homoafetivo realizado pela Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Espírito Santo (OAB-ES) que aconteceu na cidade de Vitória.
“Se a perseguição sistemática aos homossexuais recrudescer por parte dos fundamentalistas religiosos – não me refiro à comunidade cristã como um todo, mas aos fundamentalistas, aqueles que usam a Bíblia para violentar a dignidade da pessoa humana – eu vou acionar as cortes internacionais. Porque o Brasil subescreveu tratados de defesa dos direitos humanos. Porque isso é violação de direitos, o que não podemos permitir”.
Jean Wyllys também falou sobre as declarações do senador Magno Malta (PR-ES), que faz parte da Frente Parlamentar Evangélica que por muitas vezes compara o homossexualismo com a pedofilia, principalmente quando discursa contra o Projeto de Lei 122/2006.
Sobre essas declarações Wyllys falou que são palavras usadas de “má fé” pelo deputado cristão. “Chega a ser má fé do senador Magno Malta associar homossexualidade à pedofilia. Quem pratica largamente a pedofilia no Brasil são homens heterossexuais. As vítimas preferenciais são meninas. Os dados são do IBDFAN (Instituto Brasileiro dos Direitos da Família). As meninas são arrastadas para prostíbulos. Elas são abusadas por padrastos e até pelos pais”.
Já assessoria do senador Magno Malta informou que o parlamentar não fala por má fé e sim com base em dados da CPI da Pedofilia, que foi presidida pelo próprio Malta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário