Mairi Gospel

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Igreja Universal colabora na reinserção de moradores de rua

                      

De acordo com levantamento realizado pelo Ministério do Desenvolvimento Social de Combate à Fome (MDS) em 71 municípios do País, 31.922 adultos vivem em situação de rua. As pessoas pesquisadas foram encontradas vivendo em calçadas, praças, rodovias, parques, viadutos, postos de gasolina, praias, barcos, túneis, depósitos e prédios abandonados, becos, lixões, ferro-velho ou pernoitando em instituições de apoio. A pesquisa mostrou também que os vícios, desemprego e desavenças familiares foram os fatores principais que desencadearam a situação de rua para essa população.
A pesquisadora e assistente social Maria Lucia Lopes da Silva, autora do livro “Trabalho e População em Situação de Rua no Brasil”, explica que, na maioria dos casos, a pessoa adquire vícios diante da situação vivida nas ruas: “A pessoa bebe porque está na rua, e não o contrário. É uma reação à degeneração das condições de vida, é o desespero. É lógico que o uso de álcool e drogas acaba agravando a situação, mas não é o que levou a maioria para as ruas em um primeiro momento.”
Quem vive nessa situação acaba sendo classificado por muitos como mendigos ou pedintes, porém, a pesquisa revela que apenas 15,7% das pessoas pedem dinheiro como principal meio para a sobrevivência. A maioria exerce atividades como catador de materiais recicláveis, flanelinha, construção civil, limpeza e carregador.

Decadência nas ruas

As pessoas nessa situação são constantemente impedidas de entrar em certos locais por causa de suas condições de higiene. Era o caso do comerciante Mário Santos Costa, de 50 anos, que viveu 12 anos de sua vida como morador de rua. Mário conseguiu dar a volta por cima e se reinserir no mercado de trabalho. Ele conta que tinha um emprego fixo e uma família unida, até começar a usar drogas: “Quando estava drogado, ficava tão agressivo que quebrava tudo em casa e queria agredir a todos que estavam na minha frente.”
Dominado pela vontade de consumir cada vez mais o crack, Costa saiu de casa e foi viver nas ruas como pedinte, dependendo de doações para consumir drogas e se alimentar. Ele enfrentou o frio, a chuva, a fome. Mas o pior momento vivido foi ser humilhado por quem o alimentava. “Estava na fila da sopa e quando chegou a minha vez ela acabou e a pessoa que estava servindo, ao me ver drogado, disse que não iria mais me dar nada, porque eu era vagabundo e deveria comer na cadeia”.

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