O blog apologético As Pedras Clamam pode se tornar uma igreja, defensor do movimento “Cristianismo Puro e Simples” (título de um livro de C.S.Lewis) o site tem lutado contra práticas condenadas dentro da própria Igreja evangélica, como por exemplo, a teologia da prosperidade. O público do site, jovens vindos de várias denominações e tribos passaram a se unir em reuniões de estudos e agora pedem para que o pastor Paulo Siqueira, dono do site, institucionalize o movimento.
“O virtual está se materializando em nossa frente”, diz o teólogo que já recebeu pedidos para fundar uma Igreja.Paulo fundou os blogs Pedras Clamam e Estrangeira em 2008 quando ainda era estudante de teologia e começou a interagir com os seus leitores, respondendo dúvidas e comentários. Um era destinado a publicar seus trabalhos acadêmicos (pedrasclamam.wordpress.com) e um outro de caráter mais “laico”. (estrangeira.wordpress.com). Ambos abertos ao diálogo sobre a cena evangélica brasileira com o mesmo espírito crítico diante do pensamento e práticas influenciadas pela teologia da prosperidade.
O número de comentários começou a crescer tanto que nem mesmo de celular em punho, acessando o blog em todos os momentos livres, ele conseguia dar conta de acompanhar as mensagens que chegavam. Paulo Siqueira comprou, então, mais um computador para a casa, ganhou o apoio ativo da esposa Vera, que assumiu o “Estrangeira”, e viu nascer, quase perplexo, um novo movimento pela ética eclesial.
Os blogs do casal Paulo e Vera catalisaram especialmente o descontentamento de jovens evangélicos e pessoas decepcionadas com a mercantilização da fé, muitas delas feridas por doutrinas e práticas estapafúrdias, mas que mantiveram viva a sua fé.
Protestos na Marcha para Jesus
Inspirados pelas reflexões compartilhadas pelos blogs e mobilizados por intermédio das redes sociais, os blogueiros e seus leitores participaram, em junho, da última Marcha para Jesus (evento capitaneado pela Igreja Renascer) ostentando faixas que pediam ética às igrejas evangélicas brasileiras. “O show tem que parar”, exortavam. E quase apanharam dos seguranças da Marcha.Dois dias depois da Marcha para Jesus, os participantes do Movimento pela Ética Evangélica fizeram o que eles chamam de “antimarcha”: organizaram uma visita, em grupo, a centros de doação de sangue, para sinalizar a “responsabilidade social da Igreja”. “As pessoas querem fazer algo em prol do Reino, mas não são estimuladas pela instituição”, afirma Paulo.
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